SAP de Ourém vai funcionar até à meia-noite, mais duas horas do que o previsto
Santarém, 16 Mar (Lusa) - O Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Ourém vai encerrar, a partir deste fim-de-semana, entre as 00:00 e as 08:00 e não a partir das 22:00 como estava previsto, anunciou hoje a autarquia.
A permanência do SAP em funcionamento durante mais duas horas do que o originalmente decidido no âmbito da reestruturação dos serviços de atendimento complementar, foi acordada numa reunião entre o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, António Branco, e os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal de Ourém, David Catarino e Deolinda Simões, na presença do Governador Civil do distrito, Paulo Fonseca.
Em comunicado, a autarquia adianta que, na reunião, realizada na noite de quinta-feira, foi ainda decidida a criação de uma comissão que "analisará outras soluções que permitam que o SAP funcione ininterruptamente nos meses de maior afluência ao Serviço".
Da comissão fazem parte membros da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT), o presidente da autarquia e a presidente da Assembleia Municipal.
David Catarino disse à agência Lusa que a solução agora avançada já permite acautelar os interesses da população, tendo sido a reunião de quinta-feira "bastante proveitosa".
Segundo disse, o que a população e a autarquia pretendiam, acima de tudo, era serem ouvidos no processo, o que finalmente aconteceu.
Sublinhando não ser radical, o autarca disse compreender que a média de diária de nove atendimentos entre as 00:00 e as 08:00 não justifica que se retire um recurso que é essencial depois no reforço no atendimento nas horas de maior procura, tanto mais que o concelho só dispõe de um médico com menos de 50 anos.
Por outro lado, reconheceu que as urgências graves já hoje são encaminhadas para o Hospital de Leiria, servindo o SAP essencialmente para prestar consultas.
O funcionamento do SAP até às 24:00 é, no seu entender, uma solução "de equilíbrio" e que reúne "algum consenso".
Mesmo assim, o abaixo-assinado que corre entre a população vai prosseguir até domingo e será enviado ao ministro da Saúde, até para que se "perceba que esta é uma tomada de posição da população e não do presidente" da Câmara, frisou.